sábado, 24 de setembro de 2011

Montmartre - Paris - França

“Existem manhãs em que
abrimos a janela,
e temos a impressão
de que o dia está nos esperando.”
                                                                                                   Charles Baudelaire 
                                                  http://pensador.uol.com.br/autor/charles_baudelaire/  

terça-feira, 26 de julho de 2011

Através...das Janelas

Bento Gonçalves - RS - Brasil


Sempre tive as janelas, tanto abertas quanto fechadas, como espaço de esperança.
Pensava que, por elas, acalentamos nosso desejo de ver chegar um dia melhor... de ver o inverno frio e escuro dar lugar às cores e à promessa de vida da primavera... de ver o dia ensolarado e morno convidar para um passeio despretencioso...ou, ainda, confirmar que está escuro, frio e chuvoso para permitirmo-nos não sair e mantermo-nos no aconchego, sem culpa.
Também, pelas janelas buscamos, esperançosos, ver a chegada de alguém aguardado... ou a passagem de alguém admirado.
Por elas procuramos ver sem sermos vistos, nos deixamos espreitar a vizinhança e, em fantasia, alimentamos nossa pobre vida com a vida do outro... mas, também, nos expomos, para que nos vejam, saibam que existimos e, quem sabe, nos tornemos desejados.
Deixamos que por elas entrem o ar, o perfume das flores, o ruído da rua, a luz e o calor do sol, na esperança que nos chegue a vida.
E são elas, e as situações que proporcionam, por vezes, o único meio de contato com o mundo exterior, permitindo que se mantenha acesa a chama da esperança que dá sustentabilidade ao mundo interno.
No entanto, quando isso deixa de acontecer, quando a desesperança se instala, quando o contato com o nosso interior não é possível ou é por demais sofrido e doloroso, a janela torna-se, então, um meio de escapar para o exterior, num afã de lá encontrar o que aqui não pode ser encontrado, não pode ser vivido, não pode ser sentido.
Sem esperança, tenta-se ir ao encontro dela.
Usa-se a janela como uma porta para sair da vida de desilusão e desespero mas, ao contrário do que a porta é capaz de proporcionar, a saída pela janela não leva a muito longe, o corpo fica logo ali, caído, inerte no piso duro e frio.
Pela janela se tece a vida... mas por ela pode-se romper o fio que a sustenta.
Pela janela pode-se deixar entrar a vida ...mas se a usarmos como saída, por ela se sai da vida.
                                                            Silvia Bozzetti

sábado, 23 de julho de 2011

Montmartre - Paris - França


Portas ou janelas? Escolha
Osvaldo Heinze
Já destranquei tantas portas
e cheguei a nenhum lugar
já as janelas vivas ou mortas
passei sem chaves usar.

Portas, como palavras faladas
usam de um canal passador
mas janelas são encantadas
igual poesia do amor.

Feliz da casa com uma porta
fechada para a arrogância
e mil janelas, mesmo que tortas
escancaradas de infância.

Meu travesseiro me contou
que sonhei com uma janela
e falei que ela falou
que vida só vive por ela...


http://www.gostodeler.com.br/materia/13155/portas_ou_janelas_escolha.html

sexta-feira, 22 de julho de 2011


Paris - França


Vou abrir... Portas e Janelas

Rompo o silêncio que cala...
Nubloso e cinzento
Falo com a voz da esperança
Da alegria
Rasgo horizontes perdidos
Adormecidos
Rompo o marasmo do conformismo
E da inércia
Abro portas e janelas
Para que uma nova aragem
Entre e refresque
Numa casa...
Onde o cheiro o bolor
E a melancolia
Há muito...
Se instalou
Vou abrir...
Portas e janelas
Para a claridade...
Entrar.

Gil Moura

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=120878

sábado, 18 de junho de 2011

Rue Lepic, 54 - Montmartre - Paris (onde Van Gogh viveu de 1886 a 1888 com seu irmão Theo)

Portas


Quantas portas eu ainda terei de atravessar
Para entender a humanidade?!
São tantas coisas inacreditáveis e doidas
Que me esforço para sempre ser feliz e sorrir.
Pois das lágrimas, a vida e as pessoas
Se encarregam por mim.


Joe Luigi
http://poesiacarinho.blogspot.com/2011/04/portas.html

quarta-feira, 15 de junho de 2011


Innsbruck - Austria


Abrem-se portas e janelas...

Portas se fecham
outras se abrem
até mesmo as janelas

A todo instante
por toda a eternidade
Imensas...pequenas...
não importa o tamanho

Curiosidades...
Mistérios infinitos
Atrás delas se instalam

Medo...todos temos
determinação é o caminho
Alguns se arriscam
outros dão chances
esperam acontecimentos

Tempo...ah, o tempo
nos persegue pelos caminhos
nos controla em tudo

Rumos certos...
caminhos errados
Rumos exatos
para saber devemos arriscar
Basta abrir portas
basta olhar pela janela
A vida...
A esperança...
A riqueza...
todas as oportunidades
estão diante de nós
basta corrermos atrás
basta acreditar em nós!
(Fouquet, 1 de novembro de 2010)

http://marcelofouquet.blogspot.com/2010/11/abrem-se-portas-e-janelas.html?zx=f21aadfca225385e

quinta-feira, 2 de junho de 2011

                                     
Janelas de Veneza - Itália


 
A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um
pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre
com um balde e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre
as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para
as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crinças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como refelectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega. Às
vezes um galo canta. Às vezes um
avião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles
http://www.astormentas.com/meireles.htm

domingo, 15 de maio de 2011

 
 
 
 
Brugge - Bélgica



E eu, então cativa da minha janela, vejo tão pouco deste mesmo mundo. Partícula minúscula do infinito universo. Um lapso de tempo, diante do eterno. Passado e futuro e um instante agora que já passou... Porque todo instante passa. E a noite passa e quando amanhecer, nada será igual. Não seremos os mesmos. As flores não serão as mesmas. Nem as águas do rio, nem a lua, nem as estrelas, nem o cão. Nada será igual. Por que a vida não se repete. Apenas passa. Indiferente. Num eterno abrir e fechar de portas e janelas...
Que sejam então, azuis...
                                                                    Portas e Janelas Azuis
                                                                                   Nydia Bonetti
  
http://www.overmundo.com.br/perfis/nydia-bonetti

A viagem se faz viajando - o começo de tudo

Foi em  2005, depois de uma viagem sentimental a minha cidade natal, Rio Grande, que essa coisa da fotografia das portas e janelas começou a tomar forma.
Acompanhada de minha mãe e minha tia, durante um fim de semana, percorremos as ruas da cidade visitando os locais que faziam parte da história da família e entre mil lembranças e emoções, fui registrando tudo o que via para depois poder mostrar aos meus filhos e irmãos.
Na volta presenteei meu irmão mais velho com um Cd repleto de imagens da cidade que, talvez, há mais de 40 anos, ele não visitava.
E foi daí que veio o grande acontecimento: num certo dia ele me ligou para dizer que havia mostrado as fotos aos seus colegas da Faculdade de Arquitetura da Universidade onde leciona e que estes tinham gostado tanto de algumas que queriam fazer uma exposição com as mesmas, para o que me pedia autorização.
Nunca havia tido a pretensão de mostrar minhas fotos além do âmbito familiar e, portanto, o dilema não era autorizar ou não mas, sim, será que valiam ser mostradas?
Minha resposta foi que poderiam usar as fotos se eles achavam que as mesmas poderiam servir para alguma coisa e não se falou mais no assunto.
Quase 2 anos depois, num encontro com esse meu irmão, ele me entrega um envelope com as fotos que haviam sido ampliadas e expostas no saguão da faculdade. A impressão tinha sido feita em papel A4 comum e fiquei impressionada com as imagens que via. Imaginei como ficariam melhor se impressas em papel fotográfico o que logo providenciei  fazer.
Ao mesmo tempo, comecei a me dar conta de como tinha fotos de portas e janelas, do quanto elas me atraiam... E comecei a pensar no seu significado... do quanto elas representam a dimensão do “através”.
Daí, para pensar em fazer uma exposição e já ter o nome para a mesma foi um passo só.
Quando comuniquei a idéia à minha filha ela comentou, rindo, que eu era uma metida, capaz de pensar numa exposição de algo para o qual não tinha o menor preparo e que era totalmente fora da minha área de atuação, enquanto que conhecia uma artista plástica que fazia trabalhos maravilhosos mas que não costumava expor.
Bom, foi o suficiente para decidir que, então, convidaria esta artista – Olga Caon – para expormos juntas.
Entre fazer o contato com ela, vender a idéia e ela aceitar, começarmos a selecionar o material, organizar e, no meu caso, imprimir mais de 200 fotos, contactar com local onde expor, divulgar, etc...passaram-se uns 8 meses.
Mas o dia chegou.
                                   Convite que enviamos a nossos amigos e familiares

           Cartaz de divulgação confeccionado, carinhosamente, pela minha filha Márcia


Enfim o dia chegou...estava tudo pronto







Silvia e Olga

A família e os amigos lá estiveram






  









                                   


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Não sou fotógrafa... apenas capto imagens

A maioria das minhas fotos foi clicada sem a intenção de reproduzir, de expor...simplesmente buscava captar algo que me parecia belo, que me agradava olhar, que queria guardar...muitas vezes clicava enquanto caminhava, literalmente, quase sem parar, sem preocupação com o enquadre... como deixando o registro digital da visão que as minhas caminhadas me proporcionavam.
Até hoje, quando as olho, cada uma delas me transporta para o momento em que por elas passei, onde era, como estava, o que sentia...através delas viajo no tempo e no espaço.
As fotos não sofrem qualquer tratamento porque o objetivo não é a qualidade técnica da fotografia.
Não sou fotógrafa: só quero é poder captar a imagem que me agrada, que me toca, que me emociona, que me transporta.

Cartaz de Portas e Janelas Grande (65cmX85cm)

 “À vida falta uma parte
 — seria o lado de fora —
pra que se visse passar
ao mesmo tempo que passa
e no final fosse apenas
um tempo de que se acorda,
não um sono sem resposta.
À vida falta uma porta".
                Versos de  “Entreter-se”,
                         Ferreira Gullar

Através... de Portas e Janelas

Através... de Portas e Janelas

Portas fechadas
Portas abertas
Portas por onde nunca entramos
Portas por onde nunca iremos passar
Portas por onde saímos
Portas por onde vamos ao encontro
Portas que nos aprisionam
Portas que nos dão a liberdade
Portas que nos convidam a entrar
Portas que encerram o mistério
Portas que se abrem
Portas que se cerram

Mas...Por quê portas? Por quê janelas?
Poderia ser porque elas estão em todos os lugares... Porque elas retratam os diferentes conceitos arquitetônicos que caracterizam as diferentes épocas históricas, diferentes culturas... também, porque estão logo na fachada e anunciam, ou denunciam, o que vamos encontrar ao atravessá-las: um lugar sagrado, um ambiente rico e sofisticado, um lar simples e acolhedor, um espaço frofano, um presídio, a casa dos mortos ou o reduto dos loucos...
Tudo isso, sim... Mas, mais...
Por elas vemos alguém querido chegar; também, vemos alguém querido partir.
Por elas nos chegam boas notícias e, também, as más.
Por vezes, estão abertas, receptivas; outras, postam-se fechadas, impedindo o contato.
Através delas podemos nos esconder, nos proteger, nos resguardar.
Algumas são verdadeiras obras de arte, que se prestam mais para serem admiradas. Mas, também, outras servem para que através delas a arte da natureza chegue até nós: uma chuva que escorre na vidraça, um céu límpido e estrelado ou um sol brilhante, a neve caindo em suaves flocos ou o vento curvando as árvores, arrancando chapéus, descabelando quem se aventura enfrentá-lo.
E, então, pode-se ir além e pensar que: a semente só se transforma em planta quando sua força germinativa rompe a casca e entra em contato com os elementos que permitirão seu desenvolvimento;  o óvulo só realiza seu potencial de vida quando permite a entrada daquele que virá fecundá-lo e, depois de fecundado e se tornado feto, chegará o momento que precisará abandonar o útero materno e sair à luz para que a vida iniciada possa ter continuidade; o pai precisará entrar na díade estabelecida com nossa mãe e rompê-la para que comecemos a nos tornar alguém; e chegará o momento em que precisaremos atravessar a porta da casa dos nossos pais para irmos ao encontro do mundo, do conhecimento, do outro.
Para a realização de todas estas tarefas existe um contexto de “através” pelo qual se estabelece o contato, pelo qual uma nova condição é viabilizada.
E como elemento simbólico desse “contato” e desse “transpor” necessários para que a vida se faça, podemos pensar nas portas e janelas. Através delas, mundo interno e mundo externo se comunicam...a vida acontece...entra, sai, passa...
                                                       Silvia Bozzetti