Foi em 2005, depois de uma viagem sentimental a minha cidade natal, Rio Grande, que essa coisa da fotografia das portas e janelas começou a tomar forma.
Acompanhada de minha mãe e minha tia, durante um fim de semana, percorremos as ruas da cidade visitando os locais que faziam parte da história da família e entre mil lembranças e emoções, fui registrando tudo o que via para depois poder mostrar aos meus filhos e irmãos.
Na volta presenteei meu irmão mais velho com um Cd repleto de imagens da cidade que, talvez, há mais de 40 anos, ele não visitava.
E foi daí que veio o grande acontecimento: num certo dia ele me ligou para dizer que havia mostrado as fotos aos seus colegas da Faculdade de Arquitetura da Universidade onde leciona e que estes tinham gostado tanto de algumas que queriam fazer uma exposição com as mesmas, para o que me pedia autorização.
Nunca havia tido a pretensão de mostrar minhas fotos além do âmbito familiar e, portanto, o dilema não era autorizar ou não mas, sim, será que valiam ser mostradas?
Minha resposta foi que poderiam usar as fotos se eles achavam que as mesmas poderiam servir para alguma coisa e não se falou mais no assunto.
Quase 2 anos depois, num encontro com esse meu irmão, ele me entrega um envelope com as fotos que haviam sido ampliadas e expostas no saguão da faculdade. A impressão tinha sido feita em papel A 4 comum e fiquei impressionada com as imagens que via. Imaginei como ficariam melhor se impressas em papel fotográfico o que logo providenciei fazer.
Ao mesmo tempo, comecei a me dar conta de como tinha fotos de portas e janelas, do quanto elas me atraiam... E comecei a pensar no seu significado... do quanto elas representam a dimensão do “através”.
Daí, para pensar em fazer uma exposição e já ter o nome para a mesma foi um passo só.
Quando comuniquei a idéia à minha filha ela comentou, rindo, que eu era uma metida, capaz de pensar numa exposição de algo para o qual não tinha o menor preparo e que era totalmente fora da minha área de atuação, enquanto que conhecia uma artista plástica que fazia trabalhos maravilhosos mas que não costumava expor.
Bom, foi o suficiente para decidir que, então, convidaria esta artista – Olga Caon – para expormos juntas.
Cartaz de divulgação confeccionado, carinhosamente, pela minha filha Márcia
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